EDI ROCK - por: Rachel Quitniliano
Apenas um rapaz comum“A lei da Selva é uma guerra... E você é o guerreiro....Rapaz comum...Apenas mais um rapaz comum”. Letra de Edi Rock – Rapaz Comum.O rap no Brasil faz-se presente há quase duas décadas e desde então tem como principal missão ou função levar as falas dos excluídos para o Mundo e cobrar mudanças. Isso lhe confere o direito, assim como de qualquer outro cidadão ou grupo social, de discutir e questionar a política, a economia, o acesso à educação, à saúde e etc e de inclusive refletir sobre suas próprias atitudes.Entretanto o processo de massificação do estilo na mídia e as manobras mercadológicas da indústria fonográfica, tem feito a Velha Escola do Hip Hop e do Rap especificamente, repensar suas estratégias para a manutenção e resistência do estilo. Para Edi Rock, mc do grupo de rap mais conhecido no país - Racionais Mc's – o rap sofre um processo de crescimento muito rápido, no entanto, vem perdendo muito na qualidade e na crítica, exatamente por conta da desvirtuação de sua função ou natureza original.Quais são os fatores que tem levado o rap a perder qualidade?
Edi Rock - O rap cresceu muito, ganhou quantidade e perdeu em qualidade e esse é um de seus defeitos e isso é o reflexo de uma série de faltas na periferia. As pessoas não lêem, não estudam, não tem trabalho. Além disso, muitos grupos só fazem rap por grana, dinheiro e assim acabam usando sempre as mesmas fontes até que ela esteja saturada ou porque tem medo de sair dos assuntos, que hoje estão em pauta, como o crime, as armas, as drogas. Mas isso é um erro, porque a mensagem e o coração devem ser colocados em primeiro lugar.
O dinheiro é a conseqüência, mesmo que pouco, afinal cantamos para um público pobre e o máximo que podemos alcançar é um estágio mínimo e respeitável.Como você, ou mesmo os Racionais tem atuado diante deste problema?
Edi Rock – O rap não perdeu sua função social, seu compromisso ao passar uma mensagem, ao representar a favela, a periferia e eu exercito isso fazendo música para mim, para os Racionais Mc's e para outros grupos e assim a coisa se expande, prolifera. O rap é um conjunto de palavras e mensagens jogadas no ar e absorve isso quem se identifica. Quando estou escrevendo sei da responsabilidade que isso tem. Por outro lado, sempre existe gente nova junto com a gente. O RZO foi coisa nossa, o Pregador Lu, o Sabotage. O Racionais nunca vai sozinho, sempre investe e coloca, dentro de suas possibilidades, algumas peças importantes para que exista continuidade.
Quando o CD de vocês chega a uma família de classe média ou alta você acha que isso pode mudar o raciocínio delas em relação à periferia e aos problemas sociais, por exemplo?
Edi Rock – Dificilmente, 1%, sempre tem alguém, mas eu não estou do lado de lá e por isso é difícil responder. Aqueles que dizem fazer caridade e tem cerca elétrica em casa tem medo. Tem medo porque devem e são essas pessoas que bancam a opressão.
Mas o documentário Falcão, produzido pelo MV Bill e Celso Athayde, exibido em canal aberto, não fizeram as pessoas refletirem sobre o problema?
Edi Rock – De verdade mesmo muito pouco. Eu vejo por outro lado. O livro e o documentário foram lançados na Daslu e pelo que eu li ela contribui ou pode contribuir com a Cufa (Central Única das Favelas). Eu sei que isso é pouco, mas para quem está na periferia, a Cufa é um puta incentivo. Por isso, eu bati palmas de pé para o documentário Falcão, mesmo com muita gente criticando a iniciativa. Todo mundo fala, mas quero ver fazer. Como uma instituição como a Cufa vai se manter se eles não forem na Daslu, no Shopping Vila Lobos, visto que isso é fonte de dinheiro? Onde está o dinheiro? Na classe média e alta e é preciso alguém ir lá buscar. E quem está indo buscar? Quem está sendo Robin Hood? É o Bill, mas, as pessoas não entendem, estão com ciúme, inveja, dor de cotovelo, recalque. A favela não tem dinheiro então ele tem que ir lá buscar, levar para a Cidade Deus e ter o dele também, porque trabalhou dignamente. Este trabalho fez as pessoas pararem para olhar, analisar, discutir e polemizar. Eu apoio totalmente, isso é uma revolução. No documentário falou-se a verdade, bem falada, bem filmada. Mas as palavras não são vazias, toda ação tem uma reação e ele sabe e está preparado para este momento. Por isso, sempre que eu puder, até que me provem o contrário, vou defender o projeto dele, porque é para o bem, para a Cidade de Deus. Ele é inteligente, parceiro e o Celso tem uma visão administrativa, comercial importante e temos que ter vários assim no movimento hip hop.
Como você tem visto a crise política atual e essa série de escândalos do governo Lula?
Edi Rock - Tudo isso sempre existiu e só veio à tona agora porque é o PT que está aí, porque é o Lula, mas nem por isso eu deixo de acreditar nele, apesar das revistas, da mídia e de todo o sistema estar contra. Acho que o Lula não é capaz de mudar assim, da noite para o dia. Eu não posso desacreditar de uma pessoa que veio de onde ele veio. Ele está cercado de cobras, de pessoas intencionadas no dinheiro.Política é sinônimo de dinheiro, de paraíso fiscal, de conta na Suíça, de corrupção, hipocrisia. O Brasil é hipócrita, sujo e corrupto.
O Brasil tem solução?
Edi Rock - Não com a democracia, porque é mentirosa. As pessoas que estão na política só pensam em si, no bolso, são egoístas e mentirosas. Temos que reinventar, começar tudo outra vez, tem que prender esses caras aí. Mas, quem vai prender?O Brasil é preconceituoso em relação à cor, raça, credo, a tudo, é uma mentira e por isso eu não creio no país, na instituição.Aqui você tem que falar o que eles (os poderosos) querem escutar, tem que ouvir o que eles dizem, ver o que eles mostram, comprar o que lhe é sugerido, você não tem opção, é celular, tênis, roupa, carro. O país é isso, dinheiro, consumo e mentira. A gente vive em uma mentira e às vezes temos que mentir também para sobreviver. Mas eu acredito nas pessoas, ainda tem gente boa.
Fonte:::>Real hip hop
vistite o site:www.realhiphop.com.br
3 comentários:
po mano na moral racionais e bom de mas pq fala da realidade da vida de cada pessoal q mora em bairro pobres ou favelas gosto muito do grupo racionas nada a declara mas e [E NOS MERMU VAGABUNDO]
ai vagabundo enteradao ne nao muito respeito drao cabeça pensamte.ed rock revolucionario ,como diz no tranpo [cultura,santoclan]ese e o naipe daqueles qui estigam as massas, os loco qui aneaça ,conçientiça da farça e de quebra bandido,balança onde passa...[revoluçao ,todos pela mesma bandeira.] culfanizando mentes pazzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz
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